Poema Espero por ti Vibrante

Sonho de amar em poema


Espero por ti vibrante
Convicta, que me vais achar
Sou porta aberta, gritante,
Que anseia por te ver entrar.
Sou braços pendidos, cansados
Ansiando por te abraçar
Sou olhos tristes, fechados
Que só abrem, ao teu beijar
Sou coração fendido, calado
Que te espera, para sarar
Sou sonho volátil sou brisa
Que te vagueia, sem amainar

*** Camila Carreira  ***

Momentos de cultura e curiosidades poéticas... 


SONHO DE AMAR DOS POETAS

Poema de Abraços que se outorgam

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Poesia e amizade em abraços 


Há abraços que se outorgam
Que tranquilizam no medo
Abraços que aconchegam
E guardam como a um segredo

E há mãos que te seguram
Quando cais desamparada
Erguem-te e depois curam
A dor de ser abandonada

E há corações que reanimam
Irradiam afeto e humanidade
Corações que deveras estimam
Ver advir noutros a felicidade

E há olhares em que se confia
Que trespassam com viva luz
Dela emana a força que desafia
A caminhar pousando a cruz

        **** Camila Carreira ***

Momentos de cultura e curiosidades poéticas... 



Poema: Sopro de vida

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Frases de dor e sonhos


Em masmorra erma aprisionada
Solto o sonho em mansão vazia
Fito a vida vã que não vale nada
É mero sopro... quimera doentia

É conjuntura de efémero tormento
Pertinaz ida, dor áspera consentida
Um rasto apagado sem rendimento
Jornada forçada sem porta de saída

O tempo que passa trespassa vidas
E nada derrete este gelo sepulcral
Que apossado d´almas já vencidas
Paralisa-as cativas até ao juízo final

***CAMILA CARREIRA***

Momentos de cultura e curiosidades poéticas... 


Fernando Pessoa
Para Orpheu - Sentir é criar.

Poema Nostalgia do amor

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Poesía da saudade 


Janelas fustigadas ao vento,
Olhos que fitam e lampejam.
Saudades infindas, desalento,
Sentidos torpes que te almejam.

Sem ti tudo é mero vento,
Vai vago, esvoaçando lasso,
Bate na janela, sem tempo,
E parte sem o meu abraço...

Quando tu chegas meu sol terno
Serenas os ventos passageiros
Trespassas a janela, cálido eterno
E acalentas-me sorrisos inteiros!

Amor é centelha viva de sol e calor
Aquenta a minha solidão obstinada
Germina amenas quimeras de amor
Com que adormeço plácida sanada

               **Camila Carreira ****


Momentos de cultura e outras curiosidades poéticas... 


Nostalgia  (Florbela Espanca) 

Poesia de Vidas rasgadas e fendidas

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Ravinas rasgadas vidas fendidas
Das almas truncadas reprimidas
Incitam lágrimas ácidas cortantes
Que lavram rostos… lancinantes

Nuvens vadiam alheias alvas transparentes
Bálsamos tufados eternamente indiferentes
Encaram dos céus meu grotesco cenário
E escarnecem altivas do meu vil calvário
Que me rasga e fende impiedoso sicário

Caio em vielas letais retorcidas do tempo
Encardidas observam mudas desalmadas
Candeeiros escuros sombreiam sem alento
Derramam sombras frias pelas escadas

E a solidão sobe e desce por degraus partidos
Arrasta-me tirana em seus becos perdidos
Dormente desenlaço-me dos meus sentidos
Rendi-me fere demais suporta-los vivos... 

                  *** Camila Carreira****

Momentos de cultura e curiosidades poéticas

Fernando Pessoa a propósito do calvário escreveu...
Bernardo SoaresSe algum dia me suceder que, com uma vida firmemente segura,L. do D.

Poema: Sem que ninguém dê por mim

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Imagem: christian schloe

Poesía de amores perdidos jazidos 


Ao ritmo do vento que sopra
Tamborilando em pétalas roxas
Aromatizadas de lírios
Sinto inebriados delírios,
Pelos vendavais trazidos,
Amores perdidos, jazidos
Almas soltas no jardim
Procuram sempre por mim
Onde estou, que nem eu sei
Pois que nunca me encontrei
Deslizo intangível nos prados
Como brisa perfumada
Pelo vento arrastada
Qual pétala alada…
Incorpórea… dissimulada.

Não queiram saber de mim
Sou aroma... sou mera brisa
Sou sem princípio nem fim
Ninguém saberá de mim.
Porque eu existo assim
Pairo indefinidamente
indelével e sem destino
Desgarrada e sem ânimo
Volátil, num qualquer jardim
Sem que ninguém, dê por mim...

*** Camila Carreira ****

Momentos de cultura... 


Álvaro de Campos

Meu amor perdido, não te choro mais, que eu não te perdi!

Poema A vida é o palco

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Na vida deambulamos tropeçando
Derribados, sem destino, para nós
Vivemos caindo e desanimando
Num olvido vazio, frouxo e atroz

Procuramos ávidos amor nos recantos
Gorados, sonhamos depois desdenhamos
Encalhados no veredito dos desencantos
Num infecundo viver que desprezamos

Mas no breu, incandescente virá a luz
Sonhada esperança que me enfeitiçará.
A crença em amores leais que supus
Deslumbre e fantasia que me sanará

E minha alma desamada, questionou:
Quem ousou dizer que não existias?
Quem cruelmente me sentenciou,
À resignação das noites frias e vazias?

As trevas começaram a clarear
As noites gélidas, a amornar
O vazio cru passou a significar
E a vida... um palco pra se amar



    ****Camila Carreira****

Momentos de cultura e curiosidades poéticas...

Análise do poema "Não sei quantas almas tenho"

Fernando Pessoa

Poesia que me aprisionas


É vão resistir aos sentidos que em mim despertas
Pois é nas almas tristes, secretamente flageladas
Que as palavras irrompem, como feridas abertas
E soltam emoções, em torrentes desgovernadas
Como nessas noites negras de chuvas, desnaturadas
Alvoroços da alma desprendidos em enxurradas

                               ***  Camila Carreira***



Momentos de cultura e curiosidades poéticas... 


Bernardo Soares - Escrever é esquecer.

L. do D.
Escrever é esquecer.
A literatura é a maneira mais agradável de ignorar a vida. A música embala, as artes visuais animam, as artes vivas (como a dança e o representar) entretêm. A primeira, porém, afasta-se da vida por fazer dela um sono; as segundas, contudo, não se afastam da vida - umas porque usam de fórmulas visíveis e portanto vitais, outras porque vivem da mesma vida humana.
Não é o caso da literatura. Essa simula a vida. Um romance é uma história do que nunca foi e um drama é um romance dado sem narrativa. Um poema é a expressão de ideias ou de sentimentos em linguagem que ninguém emprega, pois que ninguém fala em verso.
Fernando Pessoa, in 'Livro do Desassossego' 

Poema de Amar até doer

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Quero amar… amar até doer
Sentir dor por amar, até adormecer
Doer por amor logo ao amanhecer
Pensar-te até te ver
Sair da dor por sentir o amor
Sair do amor e sentir dor
Sem desertos, sem vazios
Quero sentir sempre… continuamente
Sem deixar entorpecer nenhum sentido
Quero-os despertos, abertos, libertos
Mesclados em sentimentos profusos
Que me fazem rir e chorar
Mas sempre por amar

       **** Camila Carreira****


Momentos de cultura e curiosidades poéticas... 


Este poema transmite a inevitável e eterna dualidade entre o amor e a dor.
A dor e o amor têm sido o duo inseparável que acompanha o desenrolar da história da humanidade. Já Luís de Camões nos referia esse mesmo dilema.
Camões exprime na sua obra, a dualidade desses sentimentos de uma forma exemplar. Alcançando o paradoxo e o cerne de um dos sentimentos mais complexos que existem; que nos provoca tanto prazer mas também sofrimento ao mesmo tempo.

Poemas de Florbela Espanca analisados

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EU


Eu sou a que no mundo anda perdida
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho, e desta sorte
Sou a crucificada... a dolorida...

Sombra de névoa tênue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!...

Sou aquela que passa e ninguém vê...
Sou a que chamam triste sem o ser...
Sou a que chora sem saber porque...

Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver
E que nunca na vida me encontrou!
                                   
                                  Florbela Espanca

FLORBELA ESPANCA ANÁLISE DO POEMA “EU”   

Poema e imagens de Amor e saudade, sentir de verdade

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Poema de amor até amanhecer

Quero amar… amar até doer
Sentir dor por amar, até adormecer
Doer por amor logo ao amanhecer
Pensar-te até te ver
Sair da dor por sentir o amor
Sair do amor e sentir dor
Sem desertos, sem vazios
Quero sentir sempre… continuamente
Sem deixar entorpecer nenhum sentido
Quero-os despertos, abertos, libertos
Mesclados em sentimentos profusos
Que me fazem rir e chorar
Mas sempre por amar

               ****Camila Carreira****

Momentos de cultura e curiosidade poéticas... 


800 anos de poesia portuguesa

Poema de Cecilia Meireles Motivo da Rosa

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Poesia das pétalas e rosas

Não te aflijas com a pétala que voa:
também é ser, deixar de ser assim.
Rosas verá, só de cinzas franzidas,
mortas, intactas pelo teu jardim.
Eu deixo aroma até nos meus espinhos
ao longe, o vento vai falando de mim.
E por perder-me é que vão me lembrando,
por desfolhar-me é que não tenho fim.

Cecília Meireles

Decidi partilhar este poema de Cecília Meireles por duas razões;
Uma delas prende-se com o facto de o poema ter a ver com o nome do meu blog.
Como se deve escolher o nome de um blog? Eu decidi optar por escolher um nome que descrevesse o conteúdo. Poemas de amor, é a base pois é o amor que move todo o resto. Rosas e cinzas, porque o amor tem tanto de belo e vivo representado pelas rosas, como tem também o lado das cinzas, quando morre ou a chama se apaga sobram as cinzas. Quando perdemos a pessoa amada, sobram as cinzas e os dias cinzentos.

Análise a Sophia de Mello Breyner na sua poesia de maresia

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Sophia de Mello Breyner poemas do mar


Mar, metade da minha alma é feita de maresia
Pois é pela mesma inquietação e nostalgia,
Que há no vasto clamor da maré cheia,
Que nunca nenhum bem me satisfez.
E é porque as tuas ondas desfeitas pela areia
Mais fortes se levantam outra vez,
Que após cada queda caminho para a vida,
Por uma nova ilusão entontecida.

E se vou dizendo aos astros o meu mal
É porque também tu revoltado e teatral
Fazes soar a tua dor pelas alturas.
E se antes de tudo odeio e fujo
O que é impuro, profano e sujo,
É só porque as tuas ondas são puras.

A incontornável influência do mar na obra poética de Sophia de Mello Breyner


Sophia de Mello Breyner recorrendo ao uso de metáforas e idiossincrasias poéticas dos itinerários de solidão, exibe as contendas da sua identidade e identificação pura, com o mar.

Análise de poema de Fernando Pessoa

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Fernando Pessoa (Ricardo Reis)

(Ricardo Reis)

Para ser grande, sê inteiro:
nada teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa.
Põe quanto és no mínimo que fazes
Assim em cada lago
a lua toda brilha, porque alta vive.
Odes de Ricardo Reis.
Fernando Pessoa.
1ª publ. in Presença , nº 37. Coimbra: Fev. 1933.

Ricardo Reis é - nas palavras do Pessoano Prado Coelho - entre os heterónimos o "amante do exacto", aquele que prega os ensinamentos firmes e nobres que vêm pela herança clássica do homem.
Reis é aquele que aceita a vida sem pensar, mas Reis, oposto de Caeiro, sente em si mesmo a opressão da Natureza e da vida. Reis ressente-se com ela e gera em si mesmo um sofrimento com a perda que escolhe ser a sua.

Cântico Negro de José Régio

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Cântico Negro (José Régio)


"Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidades!
Não acompanhar ninguém.
— Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe

Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...

10 poemas de amizade para amigos


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Dedicatórias e frases para amigos em 10 poemas 

Por Vezes temos um amigo especial a quem queremos oferecer não apenas uma prenda material, mas também algo mais pessoal, pois muitos presentes que oferecemos nunca parecem suficientemente ligados a quem os vamos oferecer. Parece que lhe falta um elo de ligação, algo que atribua personalidade e identidade ao presente. Não é fácil encontrar esse elo, mas é por vezes na poesia, que encontramos empatias, conexões e identidades e percebemos que em determinado poema ou frases de amizade, reconhecemos alguém ou o que sentimos por alguém. E é esse o elo de ligação que faltava, uma dedicatória que deixe a nú o que sentimos, por esse amigo ou o que achamos desse amigo, através de poesía.
E apenas os verdadeiros amigos possuem o conhecimento suficiente para personalizar os presentes com um poema. Por isso deixo os meus leitores com um variado leque de 10 poemas de amizade, poemas dos melhores poetas, para que entre eles lhes seja possível selecionar um, que se identifique com os sentimentos de amizade ou com um amigo.
Deixo-os com o meu poema da amizade "Abraços" para começar e depois podem seguir com os 10 poemas dos mais conceituados poetas do mundo.

Poema de Abraços que se outorgam
Há abraços que se outorgam
Que tranquilizam no medo
Abraços que aconchegam
E guardam como a um segredo