Poema do sorriso que me beija

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Empresta-me o sorriso que baila no teu olhar
Pra que veja o negro do mundo cor de mar 
Cristalino azul, verde dançante e sublime
Deixa que teu sorriso meu mundo ilumine

Deixa-me embalar nas ondas do teu sorriso
Navegando para longe da minha melancolia
Pois só nos teus cabelos de seda eu aliso
As ondas crispadas da áspera nostalgia 

É só perto de ti que o Universo se conjuga
Perto de ti é que o viver obstinado se tolera
És força vital que me detona mas subjuga
Sopro de luz e vida que de mim se apodera

Oh quem me dera ter-te luz até à eternidade
Fitar pra sempre o teu alvo sorrir e levitar
Num vendaval possante de amor e felicidade
numa corrente de luz emanada do teu beijar

*** Camila Carreira ***

Momentos de cultura... 


Fernando Pessoa
Dá-me um sorriso a brincar,

Poesía que domina a alma do poeta - Fernando Pessoa - Lenta e quieta a sombra vasta

camila carreira, blog de poesia de amor, rosas e cinzas, poetisa portuguesaPoema devasso invades-me a alma plo regaço
Capturas meu espírito já débil de cansaço
E soltas-te em palavras saciando o meu espaço
Renascendo em melodias lavradas em compasso

É vão resistir aos sentidos que em mim despertas
Pois é nas almas tristes, secretamente flageladas
Que as palavras irrompem, como feridas abertas
E soltam emoções, em torrentes desgovernadas
Como nessas noites negras de chuvas, desnaturadas
Alvoroços da alma desprendidos em enxurradas

Crispo-me quero encarcerar os meus demónios
Que líquidos fluem sem nada os poder conter
Alastram-se no labirinto dos meus neurónios
Sinto-os cáusticos dentro de mim a corroer

Poema é logro seja ele doce ou amargurado
É mero cicerone amplificador da minha dor
Instrumento e servo de demónio dominador
Que me expõe e consome, maldito esconjurado

Habitam-me espectros cravados e dominantes
Que gelam o sol mesmo em universos distantes
Rendida escrevo-os exibindo a ousadia que me resta
Espreito escapo e faço da poesia a minha breve festa

**** Camila Carreira ****

Momentos de cultura... 


Fernando Pessoa
Lenta e quieta a sombra vasta

O sádico - Poema Chora sem rompantes, poemas de dor

poemas romanticos, versos curtos de dor, camila carreiraChora sempre sem rompantes
Choros contínuos e incessantes
Em luas cheias ou minguantes
Nunca chores apenas por instantes
Já que tuas dores são constantes

Morrer por dentro 
é uma dor lancinante 
Se sente viva vir a morte que corre
E se assenhora de ti desenfreada
Como água fria vinda de enxurrada
E ali jazes viva mortificada
Por dentro já estás gelada
Pesada tombas em torpor
E sobras indefesa serva da dor
Lancinada por criatura sem pudor
Que delineou lesto tua destruição
Fugiu cobarde sem justificação
Desprezou presumido tua dor
De olhar vazio olvidado do amor
Rindo exibindo a pura maldade
Hasteando alto a feia vaidade
Do alienado que nega a verdade
A besta sádica riu fria, queria saber
Até onde suportavas tu sofrer
E deleitou-se a fazer-te doer
Ver-te viva a morrer

                          **** CAMILA CARREIRA***

Momentos de cultura e curiosidades poéticas...

Fernando Pessoa
A vida é má e o pensamento é mau,

Poema Antes tu dúbio amor


Ai esta tristura entranhada que me prende
camila carreira, poesia portuguesa, poemas de amor cinzasNuma solitude vasta que me transcende
Como asas amplas de negro infinito,
E vácuos que sufocam o que grito
Quis tudo como o moribundo aflito
Amar, arder, desejar como o proscrito
Entreguei-me acesa cega e desesperada
Ao beijo que me salvou... inesperada
A incerto amor de lucidez inapropriada
Acreditei que a má sorte me olvidava
E por fim senti a dor a ser sedada
Embriaguei-me na turva ilusão
Senti-me resgatada dos meus medos
Dos meus becos negros e degredos
O beijo esquartejou de luz a solidão
Arrancou-me brusca e piedosamente
Do meu caminho fatídico e finito
Trilho insípido e seguro
Mas sempre, sempre tão duro.
Exausta de me saber ali
E se só no teu beijo existi
Decidi perder-me em ti.
Antes tu meu dúbio amor
Que a firmeza da eterna dor.

**** Camila Carreira ***  

Momentos de cultura... 


Bernardo Soares
Durei horas incógnitas, momentos sucessivos sem relação,

Poema de amor sem tempo nem lugar -Ricardo Reis, Antes de nós nos mesmos arvoredos

camila carreira poetisa, poesia portuguesa, poesia romanticaQuero-te amar aqui e agora
Seja lá dentro ou cá fora
Pois se meu coração chora
Jamais te deixarei ir embora

Aceita-me este beijo que te quero dar
Acolhe este peito que te quer abraçar
Abre-te neste amor que não posso adiar
Anda vem comigo voa, vamo-nos amar

Tenho pressa de ti quero ir nesta premência
Pressa de te ver e sentir, fula impaciência
Num ímpeto que me move, frenético louco
Pois todo o tempo contigo é pouco

Anda não demores vem sentir o meu peito
Tocar-me nas nuvens azuis onde me deleito
Anda não percas tempo olha que tenho pressa
Não tolero esta espera, o tempo que desapareça

Não te quero aqui só amanhã perto de mim
Nem te quero beijar só ontem no amor sem fim
Nem quero que estejas hoje apenas no presente
Quero banir o tempo, para-lo... quero-te sempre

E não quero saber-te apenas aqui, ali ou além-mar
Quero-te beijar, abraçar e ver em qualquer lugar
O espaço e o tempo deixarão de nos separar
Porque eu quem te sonha e ama os vou eliminar

****CAMILA CARREIRA ***

Momentos de cultura... 


Ricardo Reis Antes de nós nos mesmos arvoredos