Os 10 melhores poemas de amor e paixão

poesia portuguesa amizade, poesia de amor, versos luso brasileirosTodos temos poemas preferidos, os poemas que se seguem estão no topo das listas dos poemas românticos mais procurados no mundo.
Quais são os seus poemas preferidos? Partilhe nos comentários se quiser.
A poesia é magia...
Na poesia os colares são de estrelas cadentes caídas do céu da boca de quem amamos.
O afeto oferece-se e disfarça-se nos detalhes e nas metáforas. Os beijos leves e fáceis, beijos doces redimem um ser só e amargo. O amor amolece... a poesía enfeitiça.
As viagens são nas asas da fantasia, não precisam de avião, e com tudo incluído. Contra as iniquidades do mundo, a poesia faz a paz e o amor, emociona e traz a força. Os jantares românticos são adoçados, cozinhados em magias, temperados de maneira extraordinária, aquele prato predileto, num jantar no jardim de casa, nus, hilários, criativos por consequência do vinho, competindo brancuras com o luar.
Pode ser que a velha chama do amor se acenda quando se cita um poema apaixonado — como o combustível dos vagalumes — corações em estado de latência, explodem. Pode ser que a ciência confirme, para o desagravo dos poetas por opção, que amar faça bem à saúde dos que se afeiçoaram à solidão.

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Amor é fogo que arde sem se ver (Luís Vaz de Camões)


Amor é um fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói, e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se e contente;
É um cuidar que ganha em se perder;

É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

Cantiga para não morrer (Ferreira Gullar)

Fernando Pessoa (Alberto Caeiro)

Alberto Caeiro

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II - O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo...
Creio no Mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender...
O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo…

Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe porque ama, nem o que é amar...
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência é não pensar...
8-3-1914 - “O Guardador de Rebanhos”. In Poemas de Alberto Caeiro. Fernando Pessoa.

Análise da obra poética de Florbela Espanca

Poema de amor da poetisa portuguesa

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Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: Aqui... além...
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente...
Amar! Amar! E não amar ninguém!

Recordar? Esquecer? Indiferente!...
Prender ou desprender? É mal? É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!

Há uma Primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!

E se um dia hei de ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder... pra me encontrar...

Florbela Espanca, in "Charneca em Flor"

Momentos de cultura e curiosidades poéticas

O que é a poesia? 

Conceito de poesia ao longo dos séculos. 

Análise do Poema de Fernando Pessoa, Presságio

Poema "Presságio"

O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.

Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente...
Cala: parece esquecer...

Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
P'ra saber que a estão a amar!

Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!

Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar...

Momentos de cultura e curiosidades poéticas...

Sobre o poema "Pressagio" de Fernando Pessoa