Poema do beijo febril a alastrar

Deslizei a mão no teu rosto 
Senti apurado gosto
Numa ternura carnal 
Instintiva de animal 
Que age sem dar sinal 
Sem reflexão ou moral 

Meus olhos ávidos de afetos
Deliciam-se em teus trajetos
E que de tanto te procurarem
Mergulham nos teus, abertos
Vivos como mares... desertos 
Vagamos sedentos incertos 
Sôfregos de beijos libertos

E agora de corpos tão perto 
Sabes-me capaz de te amar
Sabes o quanto é doloroso
Obstar-me de te desejar 
Ardente desejo irascível 
É rompante febril a alastrar
Que me queima até te beijar 

**** Camila Carreira ***

Momentos de cultura e curiosidades poéticas 


Bernardo Soares

Poema da paixão renegada

camila carreira, poetisa portuguesa, poesia negra, poemas de dorEsta paixão renegada 
Que já mal é avistada
Em fuga e assustada
Não deixou rasto nem nada

Efémera foi arrastada
Pelo rumo da vida fadada
à saudade fiquei condenada
Sem nunca deixar de te amar

Desfiz-me pra nos resgatar 
Quis segurar-te em mim
Entrelaçados como jasmim
Embriagados em Aromas sem fim

Enrodilhado teu tudo no meu
Enleados, o meu tudo seria teu
Novelo de fios que o amor teceu
Unidos rumo à felicidade
Minha rota p´ra eternidade
Ai se tu fosses verdade!

*** Camila Carreira *** 



Momentos de cultura e curiosidades poéticas 



Ricardo Reis. Acima da verdade estão os deuses.