Poema do amor que me consumia

camila carreira, poesia de paixão, poemas romanticos, frases de amor
Tentei fugir de te amar 
Cansada de dor e a sucumbir
Dias sós de lágrimas a brotar   
Por um amor que nem quero sentir
Torpe doer que me vicia 
De todos sentidos tanto me exigia
Como boca que não se sacia
Obliquo de noite e de dia 
Amar só me consumia 
numa dor que me perseguia

Amor que nas árvores florescia 
No bolhar do mar efervescia 
Gelava nos mármores do altar
Molhava os meus olhos ao luar 
Suspirava no meu respirar
Nas portas que fechava rangia
Viciava os livros que eu lia
Acordava-me enquanto dormia

Doendo... a dor Ubíqua doía...  
No horizonte era névoa e nostalgia
Na solidão minha viva companhia
E mesmo quando triste eu sorria
Amar-te também me feria

A Dor é meu suprimento clandestino 
Quente e vasta te procrastino
Sem amar seria eu fria e vazia
E por certo, inerte e pétrea... morreria!


*** Camila Carreira *** 


Momentos de cultura e curiosidades poéticas 


Alberto Caeiro

O amor é uma companhia

Poema do amor como vagas do mar

versos de amor, quadras de paixão, poesia negra, rimas de namorarEsvoaça no sonho ao vento 
Como ondas do mar ao relento 
Ondas de ternura e de alento
De seda fluídas neste tempo 
E Rasando meus lábios famintos
Acordam-me sonhos extintos 
Onde sempre te sonhei beijar  
Sentir-te como mar sereno
Maresia na pele a roçar 
E em paz e pacato deleite  
Senti o ímpeto de te amar
Como vagas que se alevantam
Bruscas sem amainar
Galgam barreiras e muros
Invadem recônditos escuros
Onde escondera inseguros 
Meus segredos de te amar 


***Camila Carreira *** 

Momentos de cultura e curiosidades poéticas 


Álvaro de Campos
A PARTIDA [c]

Poema da dormente ousadia

camila carreira, poemas de amor rosas e cinzasAcorrentada no desamor que me amortalha
Vestindo este semblante triste minha mortalha
Ressequido meu amago como facho de palha
Desalentada… finda em jangada que encalha

E se minha alma levitava em sonhos tantos
Desenganada caída dissipou seus encantos
Derribou-se ali débil rendida em prantos
E largou a esperança esvaída nos recantos

No negrume da noite intentei a travessia
Eu só e presa na infinda bruma, sem dia
Sem estrelas nem luar, ai quem me guia?
Quem me desperta esta dormente ousadia?

****** Camila Carreira *****


Momentos de cultura e outras curiosidades poéticas... 


Bernardo Soares

Não toquemos na vida nem com as pontas dos dedos.