Poema eu vivi morrendo por ti ( Reflexão comparada sobre Kierkegaard e Pessoa)

camila carreira, poemas de dor, poetisa portuguesa, versos de amorNas paredes do teu sonho infernal
Desenhei os meus caminhos
Julgando eu que serias leal
Mas eram frágeis teus pergaminhos
tudo fizeste para me sabotar
Lamento tais intentos mesquinhos

Com fragmentos de choro no olhar...
Que fita toldado o distante luar
Da noite funda onde fui findar
Com sonhos meus abortados
Esboçados em traiçoeiros torvelinhos

Solto brados e prantos desesperados
Como passarinhos caídos dos ninhos
Adivinhando o quanto estão condenados
E como eles também eu compreendo
Dolorosamente tarde o percebi
Eu apenas vivi morrendo
E morri vivendo por ti

**** CAMILA CARREIRA ***




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Reflexão comparada sobre Kierkegaard e Pessoa

Poema da paixão nua - Pessoa, Chuva Oblíqua


camila carreira, poesia portuguesa, poemas de amor e cinzas, versos namorarMeu sentir é transparente
Não mente
Nu de véus ausente
Inflama o âmago e a matéria
Traslada-me translúcida veemente
Multiplica-se como bactéria
Paixão que alastra impunemente,
Transborda farta como enchente
Vaza sentires até à carne, plena.
Apossa-se e serena
Não é doçura, não é carência,
Queima, é sentida ardência.
Questão de sobrevivência
Urgência… inclemência
Exige abraços fortes,
Palavras bruscas e cruas,
Feridas abruptas e cortes,
Pactos de vida e de mortes
Talvez nem a suportes
Mas paixão é assim...
Vertigem e desnortes

Frenesim do sol até à lua 
Êxtase em que me sinto tua,
Enquanto tu me feres de paixão... nua

****CAMILA CARREIRA  ****

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Fernando Pessoa

I - Atravessa esta paisagem o meu sonho dum porto infinito
CHUVA OBLÍQUA