Poema da busca da verdade

camila carreira, poemas de filosofia, poesia de amor rosas e cinzasÁrduo conceber a plenitude de tudo 
É essencial ser vasto, amplo, voar mais alto
ter sido pássaro nalguma vida
Pairar sobre tudo carregando nada
Arrasto minha sombra na esplêndida vastidão do mar
E voejo a indagar
estigmas gradeados onde há antiguidade
Esse cais das almas feridas atracadas, sabidas
Onde apodrecem turvas águas estagnadas
Dogmas... sombras quietas acorrentadas
Incerta velejo desacorrentada 
Do que busco aí não há nada

Navego adentro de mim primeiro
Depois lírica, solta em barco veleiro 
Arrasto pássaros nos olhos, alucinantes
Contrariando astuta a lentidão da vida
E nas horas robustas debato-me 
Voando como se as asas rompessem o vento
Sentindo estreitar safras de verdade
Nas famintas fissuras da minha alma
Nunca aceitei o todo por metades
Os vazios... 
Quis ir aos limites da audácia dos segredos
Desafiando os mais ancorados medos
Tragando a mais intragável das verdades
Quebrando correntes 
revolvendo o estagnado
Questionando com afronta, o dogmatizado

Penso do tamanho do que sinto. 
Olhares obsessivos nas palavras.
... e aí bem dentro de mim 
mantenho todos os desejos de saber, intactos. 
Nasci pura, heróica, sedenta, curiosa, poética. 
Só uma certeza me cobre... o amor em mim, pela verdade. 
Só ele vale realmente. 

Camila Carreira 

Momentos de cultura e outras curiosidades poéticas.


Fernando Pessoa

O segredo da Busca é que não se acha.