Poema de amor meus olhos que te querem ver.

Já não quero sonhos quero amor


Dói forte e ardentemente
camila carreira, blog poemas de amor rosas e cinzas, poetisa portuguesaUma dor que não tem fim
Amar assim perdidamente
Um amor distante de mim

Nos sonhos és quem eu quero
Poeta, soldado, rei ou professor
Acordo triste na solidão mas espero
Já não vivo de sonhos, quero amor

O tempo veloz simula ter parado
Malvado tão só pra me castigar
Pra te manter no tempo afastado
Amor que tanto te quero encontrar

Exaspero por te sentir e te respirar
Sonho o eclipse mágico de te beijar
Anseio insana fitar doce o teu olhar
E quando este sonho se concretizar
Vou pedir ao Universo pra parar!

                                   ***Camila Carreira***

Momentos de cultura e curiosidades poéticas... 


O universo libertário dos sonhos é um ponto de encontro de predileção dos poetas, ao longo dos séculos reúnem-se em torno deste refúgio fantasioso onde tudo é permitido e as confissões afloram e se transformam.

Poema confidenciou-me o tempo

camila carreira, poetisa portuguesa, poemas de amor, rosas e cinza SÓ SE VIVE UMA VEZ


Espreitei fortuitamente a vida,
Descobri que deveras existia
Ornada de ouro, luz e cor
Velejada de brisas e amor
E eu que nem sabia!
Fascinada, emergi das trevas,
Despertei, voraz, da abulia.
Atónita acarinhei o horizonte
Que sedutor, resplandecia
E de olhar ávido, sedento e aflito
Ansiei por enlaçar o infinito.
Libertei-me brusca, como um grito
Inquieta não podia conter nem negar,
A fúria inadiável de ir viver e saborear,
O tanto do viver que me forçaram a adiar
Inebriada frágil, como a renascer…
Decidi que queria viver…

Mas eis que ressoou alto do universo:
- É tarde… vociferou cruel, o tempo.
Com um medonho tic-tac de fundo, a bater
- Na vida, para tudo, existe um momento,
E tu atraiçoada e agrilhetada, deixaste-te morrer!
Deixaste a vida, quando estava a acontecer.
O tic-tac, carrasco apressado, fez-me saber
A execução final era eminente, devia ceder.
Contemplei vencida o longe, a vida, tão distante
E de novo tudo ficou escuro e indiferente
Viver, ver o mundo, já nem era fascinante
A minha vida vazia esvaiu-se,
Foi um erro... foi um instante.

**** Camila Carreira **** 


Momentos de cultura e curiosidades poéticas...


Bernardo Soares
A alma humana é vítima tão inevitável da dor...

Poema o palco da vida para se amar

Poema de esperança

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Na vida deambulamos tropeçando
Derribados, sem destino, para nós
Vivemos caindo e desanimando
Num olvido vazio, frouxo e atroz

Procuramos ávidos tantos recantos
Gorados, sonhamos… desdenhamos
Encalhados no veredito dos desencantos
Num infecundo viver que desprezamos

Mas no breu, incandescente virá a luz
Brutal esperança que me enfeitiçará.
A crença em amores leais que supus
Deslumbre e fantasia que me sanará

E minha alma desamada, questionou:
Quem ousou dizer que não existias?
Quem cruelmente me sentenciou,
À resignação das noites frias e vazias?

As trevas começaram a relampear
As noites gélidas, a amornar
O vazio cru passou a significar
E a vida... um palco pra se amar   
 
****Camila Carreira***


Momentos de cultura e curiosidades poéticas... 


Bernardo Soares
Cheguei hoje, de repente, a uma sensação absurda e justa.

Poema de amor de mãe


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Impiedosamente meus tesouros quebrados
Tenras vidas desfeitas em mil pedaços
Por um louco sem empatia e sem laços
Cada estilhaço dum filho meu atinge-me
Em golpe fundo e afiado que me lacera
Cada laceração é uma ferida viva,
Aberta sangra e que nunca sara

Memórias severas sequestram-me
E choro em olhar baço e embargado
Meus filhos… tesouros por mim zelados
Que deploro agora partidos desfigurados
Estes já não são os filhos por mim criados
São vítimas da dor… traídos enganados
São outros, sim, mas também amados
Dei a vida para os manter resguardados
Mas a devastação foi maior que toda eu
Lágrimas deambulam nos meus olhos turvados
Revoltados impotentes irados
Tento em vão, recuperar os pedaços
Dos meus tesouros perfeitos
Que tanto sacrifiquei para ninguém quebrar
Olho triste… Desenganada… rendida caio prostrada
Tanto amor e dedicação, ali espalhados no chão…
E o responsável ri e foge sem comiseração

Ser mãe, abre brechas nas forças, na alma e no coração,
Que jamais podemos fechar,
E cada dor que vem, entra sem perguntar.
E fica para sempre sem atenuar
O amor de mãe expõe-nos.
Ser mãe é assim, amar sem nunca ter fim.
Ser frágil pelos filhos mesmo que forte por mim

**** Camila Carreira ***

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Fernando Pessoa
O MENINO DA SUA MÃE

Poema de amor platónico e sem destino

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AMOR PLATÓNICO 

Quando te amei
Nem te queria
Porque meu coração já sabia
Aquilo que também eu sei

Não existes és invenção
Fruto de idealização
De um amar que se quer
Liberto pra um qualquer

É frívolo ter táctil destinatário
Pra vertemos nosso dócil sentir
Vale o gáudio sentido e voluntário
Por quem? Nem tem que existir

Não haverá pranto ou drama
Por aquele que nunca perdi
Ideado era efémero holograma
Ilusão projectada o que senti

Escolhi eu amar prudente assim
Emancipada de seres imperfeitos
Ama-se um qualquer alegre arlequim
Ou alvos anjos que desenho perfeitos

**** Camila Carreira ***

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Fernando Pessoa
De vez em quando surge-me nos lábios

Poema da dor de nascer e viver

camila carreira, versos de vida e morte, blog de poesia Com que direito podes tu decidir
Que alguém tem que existir?
E uma vida inocente fazes vir?
Na pertinácia do nascer
Uma pulsão sem querer
Carnes a romper
Sangue a correr
Gritos de dor
Até ensandecer
É isto o glorioso nascer?
Um auguro do que será viver?
Nascer é padecer
E viver continua a o ser
O mundo é para doer
E faz tabu do alívio de morrer
Ordenando que tens que viver
Arrojados sem querer
Coagidos sem saber
Calados sem poder escolher
Vivendo mesmo sem poder
Nascidos sem pedir
Porque sobrevivemos a resilir?
Se podíamos nunca existir
E daí nunca ter de sentir
O ardor que impele a desistir
Se não começas não acabas
Se não vives nem te enfadas
Sem nascer não há morrer
Sem viver não há sofrer
Porque temos que nascer?
Sem ninguém nos indagar?
E se nascer é começar
Um trilho de sal e mar
Incerto e sempre a queimar
Que temos que amargar
Sem nunca poder parar

*** Camila Carreira ***

Momentos de cultura e curiosidades poéticas 


Alberto Caeiro, in "Poemas Inconjuntos"
Heterónimo de Fernando Pessoa 


Se Depois de Eu Morrer, 
Quiserem Escrever a Minha Biografia

Poema paixão a dor e fervor que se teme

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Poesías e ímpetos do coração

Hoje vou-te amar porque quero.
Porque de ti tão só espero
Que tomes o que me urge dar
Ímpetos e fantasias de amar

Quero-te complacente a tolerar
Ignoto amor que te pretendo legar
Sensação súbita que sinto emergir
Anui-me… nem precisas de existir

Admite-me afoita nesta paixão volátil
Arrebatada em belas e levianas fantasias
Paixão é liberdade abstrata e versátil
Eclosão díspar de imprudentes energias

Vivem-se intensos abalos epiléticos
Sôfregos desejam-se os amantes
Afligem-se como choques elétricos
Em frações de ansiedades pulsantes

Paixão é dor e fervor que se teme
Doendo crescendo como vaga do mar
É nau instável derivando sem leme
Nunca sabendo pra onde vai rumar

Quero sentir paixão porque me apraz
Preciso rastilhar rajadas de emoções
Porque me enfada a parda e inerte paz
Dos desapaixonados corações

**** Camila Carreira **** 


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Fernando Pessoa

Ah quanta melancolia!

Poema esperança e força de viver

camila carreira, poetisa portuguesa, blog poemas de amor rosas e cinzasSOBREVIVE 

Ergue-te!
É esta a hora
De içar a esperança
Avança
Alcança
Lança os dados
Da tua sorte.
Procura segura
O teu norte.
Não chores
Não implores
Não demores
Urge recomeçar
Basta de protelar!
Ou lamentar
Estás encurralada
Desenganada
Despojada
Estagnada

Basta...
Ergue-te e reenceta
Já morreste
Já perdeste
Tanto que sofreste
Esmoreceste
E ainda nem viveste.
Ergue-te dessa dor
Daninha
Que te definha...
Emerge das cinzas
Fénix soterrada
Agita-as e brilha
Vai… E vive…

                ***Camila Carreira ****

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O que é a poesia?