Levitando vaga nesta incerteza
Tudo porque se apossou de mim
Inevitável minha intensa natureza
Jamais planeei eu sentir
Esta dor só e impiedosa
Que faz em mim sobrevir
Pertenta paixão desditosa
Conseguirei eu esquecer
Teu olhar que me apaixona?
Que insondável me faz tremer
E que doce… me emociona
Conseguirei eu esquecer
O teu respirar que me ansiava
O teu beijo que me fazia viver
E teu abraço que me salvava
**** Camila Carreira ****
Momentos de cultura e curiosidades poéticas...
Fernando Pessoa
Dorme enquanto eu velo...
Dorme enquanto eu velo...
Deixa-me sonhar...
Nada em mim é risonho.
Quero-te para sonho,
Não para te amar.
A tua carne calma
É fria em meu querer.
Os meus desejos são cansaços.
Nem quero ter nos braços
Meu sonho do teu ser.
Dorme, dorme, dorme,
Vaga em teu sorrir...
Sonho-te tão atento
Que o sonho é encantamento
E eu sonho sem sentir.
s. d.
Poesias. Fernando Pessoa. (Nota explicativa de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1942 (15ª ed. 1995). - 97.
1ª publ. in Athena, nº 3. Lisboa: Dez. 1924.
Linda poesia
ResponderEliminarMuito obrigada pela sua visita e pela atitude altruista de partilhar a sua opinião positiva... :)
Eliminar