SOBREVIVE
Ergue-te!É esta a hora
De içar a esperança
Avança
Alcança
Lança os dados
Da tua sorte.
Procura segura
O teu norte.
Não chores
Não implores
Não demores
Urge recomeçar
Basta de protelar!
Ou lamentar
Estás encurralada
Desenganada
Despojada
Estagnada
Basta...
Ergue-te e reenceta
Já morreste
Já perdeste
Tanto que sofreste
Esmoreceste
E ainda nem viveste.
Ergue-te dessa dor
Daninha
Que te definha...
Emerge das cinzas
Fénix soterrada
Agita-as e brilha
Vai… E vive…
***Camila Carreira ****
Momentos de cultura e curiosidades poéticas...
O que é a poesia?
A poesia são ímpetos, forças que surgem de dentro da alma e nos impelem a expressar o que sentimos ou o que pensamos, ou o que desejamos e sonhamos, e por vezes nem sabemos de onde surge a ideia ou o poema, mas depois de escrito e consciencializado, percebemos que estava dentro de nós e que realmente, somos nós.A poesia e literatura não vive mormente de exaltações e resplendores, mas emerge do fundo do fundo ou do centro do centro da alma e da travessia da vida.
À medida que avança a vida a experiência é mesclada, e torna-se cada vez mais claro que os poetas escrevem sobre a vida nos seus enredos, cruzadas e mistérios, variando apenas a linguagem, o discurso poético e algumas conjunturas baseados nas suas vivências. Nem sempre metafórica, nem sempre uma exaltação a poesia é por vezes tão só apenas um relato despido e frio de uma realidade igualmente crua e fria.
Na poesia é difícil distinguir o vivido do não-vivido porque a vivência poética converge na fronteira entre o vivido, no espaço exterior e interior e é metaforizado.
Daí a sofisticação e minúcia da procura de escrever sobre uma relação de equilíbrio entre o ser e o que se deseja ser, entre o que foi e o que se desejou que fosse.
Laivos de realidade e matizes de fantasia, são o que criam o ecletismo da poesia
Fernando Pessoa afirmava: «Aconteceu-me um poema.» A minha forma de escrever basilar é muito próxima deste «acontecer». O poema aparece feito, emerge. Como uma mensagem exaltada que escuto e conscientizo.
Sei que as ideias que originam o poema aparecem, emergem como uma pressão peculiar que cresce em nós quando escrevemos.
Dentro de mim existe um poema que eu preciso ouvir, que se está a dizer dentro de mim e eu sinto-o e tenho que fazer um esforço para que não o perca o deixe aflorar sem quebrar a melodia e a ideia, e tentar intervir o menos possível.
Por vezes é nítido e imediato até súbito, outras vezes sinto que se perde e desvanece e são muitas as vezes que tenho que desistir de um poema porque o perdi dentro de mim.
Por vezes o poema aparece esbatido desordenado, numa sequência inconsistente de palavras e imagens.
Basta uma pequena cova (que aqui significa: espaço para a esperança), sita num rochedo (que aqui significa: caráter que aniquila com mestria os ventos perfurantes da iniquidade) qualquer, preenchida com um bocadinho de terra fértil (que aqui significa: valores positivos adquiridos dentro do lar ou fora do lar) que esteja disposta a receber a semente da mudança para que após o encontro do primeiro pingo de chuva (que aqui significa: bonança) seja consumado: a magia da força da vida possa uma vez mais habitar o rochedo até então desprovido de verdura = motivo para ser e para estar entre os seus demais pares.
ResponderEliminarEnquanto em ti houver esperança + força de querer viver tu -[leitor/leitora momentaneamente coberto/coberta pelo manto da penumbra]- podes sonhar com a possibilidade de futuros novos acolhedores lares.
Que todas as vezes que em ti sentires a esperança e/ou a força do querer viver a morrer: permite que em ti haja tempo e espaço para sarares!
Comentário inspirado no poeta/escritor/filósofo sito no seguinte website:
www.miltoncoelho.weebly.com
Para si (senhora poetisa Camila Carreira); para os seus leitores + para as suas leitoras:
Bem haja/hajam!