
Dói o medo carnívoro cravado na alma
Arde perene como um inferno interior
dias vividos doridos, jamais esquecidos…
onde perdi o Éden dos meus sentidos
Oh paraíso intangível e infernal... derrubada
Por mim me choro...
qual tulipa destroçada em húmus e lodo
Entre esgares de névoas escarlate, rastejo no musgo húmido,
Renego despontar-me, florir ou ser
Se entre brumas frias dos dementes sem valores
serei mero traço insubstancial desenhado em sombras.
Natureza morta de pêssegos garridos perfumados
Oh paraíso intangível e infernal... derrubada
Por mim me choro...
qual tulipa destroçada em húmus e lodo
Em sombrios bosques do passado.
Solitários silêncios erigidos da imponência que oculta o meu desviver…
Entre esgares de névoas escarlate, rastejo no musgo húmido,
quero abrigo que me oculte
mordo terra acre na boca
Anímica caída, aninho-me tingida no desalento
desnuda no manto de pétalas e lodo,
desnuda no manto de pétalas e lodo,
regelo... intumescem-se-me os seios
sinto penetrantes nas coxas raízes rígidas, hostis
ferem-me toda
Desassossego-me... e abandono-me
O mundo lá fora esquece-me em lábios que se calam no olvido triste dos perdidos no tempo
As árvores ignoram-me como o vento
nunca quiseram saber da minha nudez, da minha dor, ou da solidão calada
No barulho longe da poesia...
Agrego-me camuflada sem aspirar aroma nem cor – olhos cerrados escondida no escuro interior
Quero passar sem ser, sem ver, sem sentir… só ir
Deixo de ser tudo, já nem tulipas, porque vivo sem amores
Morrendo lenta, em amplos estertores –
Passos compassados fugindo do amor
Culpando vis homens… estupores
Sou um nada… já nem terra nem flores.
Desassossego-me... e abandono-me
O mundo lá fora esquece-me em lábios que se calam no olvido triste dos perdidos no tempo
As árvores ignoram-me como o vento
nunca quiseram saber da minha nudez, da minha dor, ou da solidão calada
No barulho longe da poesia...
Agrego-me camuflada sem aspirar aroma nem cor – olhos cerrados escondida no escuro interior
Quero passar sem ser, sem ver, sem sentir… só ir
Deixo de ser tudo, já nem tulipas, porque vivo sem amores
Morrendo lenta, em amplos estertores –
Passos compassados fugindo do amor
Culpando vis homens… estupores
Sou um nada… já nem terra nem flores.
Renego despontar-me, florir ou ser
Se entre brumas frias dos dementes sem valores
serei mero traço insubstancial desenhado em sombras.
Natureza morta de pêssegos garridos perfumados
em tela pintados sem aroma nem cor
Aveludados sem calor…
sou eu..
assim, extinta
sem amor!
Camila Carreira
Momentos de cultura e outras curiosidades culturais
Aveludados sem calor…
sou eu..
assim, extinta
sem amor!
Camila Carreira
Momentos de cultura e outras curiosidades culturais