sou somente vereda, desses domínios -
Nas sendas que me vão levando de ti
No tropel dos dias emboscando a saudade
Sobrevoas-me o pensamento a todo o instante
e cubro a dor na intimidade das pálpebras cerradas
e cubro a dor na intimidade das pálpebras cerradas
no limiar dos meus olhos
desenha-se o sonho de ti em êxtase
sagramos o momento sem profanar o intimo
em orgasmos que se perfilam puros de tão imensos
... de tão intensos
sucumbo no gemido, rente ao silêncio
e no fim...
a madrugada nos confins onde te diluis
Calo-me a murmurar gritos em poemas
presa a voz demorando-se no desaire da saudade
Como a arte de ser furacão dentro de páginas
presa a voz demorando-se no desaire da saudade
Como a arte de ser furacão dentro de páginas
Ou ser onda das que galgam o mar
Ser mãos inquietas segurando o cálice cheio de luar
Pujança e ansia tão à beira de nada
Morre-me o drama...
Pujança e ansia tão à beira de nada
Morre-me o drama...
e da fronte, a frente e a vontade de ir
e nas minhas mãos, só as tuas mãos
e nas minhas mãos, só as tuas mãos
são tudo que quero e de que disponho
Camila Carreira
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