A vida boquiaberta de ternura... poema de amor devoto e análise ao Poema de Alberto Caeiro

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PROFUSA E DEVOTA

Hoje trago-te versos íntimos – 
ondeiam-me soltos na alma 
Centelhas a colorir vidraças
Sorrio da felicidade quando ficamos simples 
Como rede serena que pesca sonhos de amor 
Neste imprevisto mar onde me embalo
aroma de quarto em que te beijo
de leito em que te sinto… 
Com a audácia crua dos amantes

Claustro que enclausura como abraço 
Cerco-me de poemas em que germino
Amo cheiro a café no sulco das palavras
Amo em todas letras abstractas
Em todos os verbos das horas profusas
Em todas as noites alvas e confusas
Em madrugadas adjectivas de insónia
Amo sempre tanto e sem pressa 
nós assim singulares na memória
Tão fora desse cenário que apedreja 
Caprichosos com ênfase e em glória 
Caídos em rituais de riso e paz

E o que escrevo é amor devoto
Entregue sem ressalvas nem condição 
Porque na aurora é a ti que regresso    
Sorvo página a página a vida boquiaberta de ternura 
Todos os tempos são dias, nossos e brandos
mestria pacata do amor 
Proclamado na serenidade vibrante do olhar

Não quero colidir na frieza duma fraga 
Desabitada… inábil para acolher viva´alma  
Porque de repente... Tudo fica estéril e frio – 
já me não semeio nem germino – 
definho… e tudo me finda
sobram-me poemas e líquenes
Encrostados em almas e troncos   

Camila Carreira

Como fazer análise de um poema 

Exemplo de como se faz pelo ChatGPT

Este poema é uma rica exploração da intimidade, do amor e da experiência emocional do eu lírico. Aqui estão algumas das principais ideias e temas que se destacam:

1. **Intimidade e Vulnerabilidade:** O eu lírico fala sobre "versos íntimos" que refletem um estado emocional profundo. O uso de expressões como "ondeiam-me soltos na alma" sugere uma conexão profunda com seus sentimentos e experiências, revelando vulnerabilidade.

2. **Felicidade Simples:** O poema celebra momentos de simplicidade e felicidade, como "sorrio da felicidade quando ficamos simples." Isso sugere que o amor e a felicidade podem ser encontrados nas pequenas coisas, como momentos partilhados e a serenidade do estar junto.

3. **Imagens Sensorialmente Ricas:** O eu lírico utiliza imagens vívidas, como "aroma de quarto em que te beijo" e "cheiro a café no sulco das palavras," para transmitir a intensidade das experiências amorosas. Essas descrições evocam não apenas a visão, mas também o olfato, tornando a experiência mais tangível e real.

4. **A Natureza do Amor:** O amor é descrito como algo devoto e incondicional, "entregue sem ressalvas nem condição." Essa entrega absoluta sugere uma conexão profunda e sincera entre os amantes.

5. **O Tempo e a Memória:** A menção a "todos os tempos são dias, nossos e brandos" sugere uma reflexão sobre a passagem do tempo e como as memórias do amor são atemporais e duradouras. O eu lírico parece encontrar conforto na continuidade e na permanência do amor.

6. **Contraste entre Calor e Frieza:** O poema termina com uma nota de tristeza e solidão, onde o eu lírico fala sobre "tudo fica estéril e frio." Este contraste entre a vivacidade do amor e a frieza da solidão cria uma tensão emocional, sugerindo que a ausência do amor leva a um estado de estagnação e desespero.

Porque é a profundidade que amo, poema fora da caixa e sua análise

Brotem palavras de tambores ou gerânios  
As vielas que fechadas se abram de par em par 
As noites negras que me dissipem
Pelas ruas, indo como num labirinto 
Enlevo-me em vestes retalhadas 
De todas as eiras e fainas 
conquistas e derrotas debulhadas
Pele e alma calejadas da lide 
Renascida na fascinação repentina que me anima 
Esmifro tudo que se me atira aos olhos 
Vejo tanto do todo que não se me apresenta 
Ímpetos sem tréguas encarnando emoções 
- e vós ai… amorfas corroendo fábulas antigas  
Carpireis lírios lúgubres em colchas inertes 
Bordareis em suspiros a sorte - a morte
Memórias rendilhadas esculpidas por sujeição
Sibilando rancores e dós ignotos 
De quem sabe apenas o que lhe dão 
Aceitam e consentem sem aflição
Eu! - Sou impertinente elevo a perplexão
Praguejo na praça atirando poemas
Empunho pedras e cravos como brados
Nasci voz e grito séculos de libertação
Alimentei em mim exércitos de provocação

Talvez abrupta...  talvez exausta
Por nascer e morrer nesta berma desbotada 
Onde o que te mostram é nada
Onde os limites se pisam a toda a hora
Onde as revoluções se urdem
Recuso viver à superfície das coisas
Escolho abismos
Movo-me na intimidade de tudo
No âmago da suspeição
Porque é a profundidade que amo
Se é a verdade que busco

Camila Carreira 

COMO ANALISAR O POEMA 

Esse poema transmite uma sensação de luta interna, resistência e busca por significado em meio à complexidade da vida. Aqui estão algumas das principais ideias e temas que emergem:

  1. Renascimento e Renovação: O início do poema fala sobre brotar palavras de tambores e gerânios, sugerindo um desejo de expressão e renovação. O uso de imagens como "noites negras que me dissipem" pode indicar um desejo de libertação e clareza.

  2. Reflexão sobre a Existência: As referências a vielas fechadas e labirintos evocam uma sensação de confusão e busca. O eu lírico parece estar explorando a complexidade da vida e as suas experiências, tanto positivas quanto negativas (conquistas e derrotas).

  3. Experiência e Resistência: As "pele e alma calejadas da lide" indicam que o eu lírico passou por dificuldades e desafios, mas também encontrou beleza e fascinação em sua jornada. A linguagem sugere uma resiliência frente às adversidades.

  4. Crítica à Conformidade: A menção a "memórias rendilhadas repetidas de sujeição" e a aceitação passiva da dor destaca a crítica à conformidade e ao conformismo social. O eu lírico se posiciona contra essa submissão e expressa sua indignação.

  5. Voz e Provocação: A imagem de "atirar poemas" e "empunhar pedras e cravos" revela um desejo de protesto e mudança. O eu lírico se vê como um agente provocador, usando sua voz para desafiar as normas e expressar suas emoções.

  6. Profundidade e Intimidade: O poema enfatiza a importância de ir além da superficialidade, movendo-se "na intimidade de tudo" e buscando a verdade nas profundezas das experiências. O eu lírico valoriza a complexidade e a profundidade da vida, recusando-se a aceitar o que é superficial ou simples.

  7. Busca pela Verdade: O desejo de descobrir a verdade permeia o poema, sugerindo que a autenticidade e a profundidade são essenciais para a experiência humana. Essa busca é apresentada como uma jornada contínua, marcada por incertezas e dúvidas.

Em suma, o poema é uma poderosa reflexão sobre a luta pela expressão, a resistência à conformidade, e a busca por significado e verdade em um mundo complexo. O tom é tanto crítico quanto introspectivo, revelando uma voz poética que se recusa a se calar diante das dificuldades.

O teu e o meu amor… palavra sem rendição (Análise do Soneto de William Shakespeare)


Pousei há pouco o meu olhar 
nesta tão grande e singela poesia que é o mar
Redigida cúmplice do universo
Sintaxe indiscreta a desabotoar-me a alma
Efusivo vulcão que se excede em mim
Muita comoção… 
ânsia funda que me habita
A avidez de esmiuçar tristezas
Doutrinar raciocínios enormes
pensamentos onde me circundas
Nós a gemer a fome de todas as fomes
Mãos ambíguas roçam na pele
Olhares em desassossego 
- Irrompem de todos os lados –
O coração tem tantos caminhos cruzados
Tantas aparições com fôlegos e tortura

E no talento das metáforas
Brotam as sensações - 
derramo palavras nos silêncios
Ilegítimos dilúvios do meu interior –
Confissões... do teu e o meu amor…
Degrau a degrau, palavra a palavra sem rendição –
Tanta iluminação poética a ferir-me –
No rigor das luzes 
Do interior tudo vem mais nítido
Imagens ribombam no espaço
Pouso-as na íntima e difusa astúcia do poema
Exprimo-as sem contenção
E cabe-me toda a lírica no que traço
sem remissão

Camila Carreira 

Este poema reflete uma intensa relação entre o eu lírico e o mar, que surge como metáfora para sentimentos profundos, revelações e conflitos internos. A abertura, ao posicionar o olhar sobre o mar, prepara o leitor para o que virá: uma exploração emocional e reflexiva sobre a complexidade do sentir e do pensar.

O mar é visto como uma “poesia” – uma força natural que ressoa com a alma do eu lírico. Essa ligação é evidenciada pela "cumplicidade do universo", sugerindo que o mar é um espelho da interioridade humana, capaz de desabrochar emoções reprimidas. O termo “vulcão” carrega o peso de uma explosão interna, sugerindo a inevitabilidade de que esses sentimentos e pensamentos vêm à tona, inundando o eu lírico com uma “ânsia funda”.

Ao longo do poema, o eu lírico menciona o desejo de explorar a tristeza e refletir profundamente, mostrando uma atitude filosófica de quem busca entender e confrontar os próprios pensamentos e dores. A referência ao “nós a gemer a fome de todas as fomes” sugere um desejo insaciável e talvez uma inquietação que habita o eu lírico e outros em sua vida, reforçando a universalidade e a profundidade dessa experiência de fome emocional.

Poema de amor e saudade... onde os poemas me nascem. (Análise de Fernando Pessoa. A dor de pensar)

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Transborda solidão aqui longe de ti 
Dramática de cor gélida, invade 
Desabrigo que ninguém quer sentir
voo rasante que arrepia
Excomungado chão que ninguém ousa pisar
Soalho de desânimo por me sentir sem ti
Indolente deixo-me nele acetinado de lágrimas
Que resvalam atordoadas 
pelos escombros que me constroem

Vagos desaires ameaçam desamor –
Distração densa como que à espera do fim
Beijos de judas como que a olhar para mim
...oscilante fogo pousado na pressa de amar
- o tempo deixa marca mesmo das curtas travessias
Qual ciclone entrando-me pelo passado
e por lá rodopia de fogo e gelo – 
na primitiva descrença humana - 
na loucura dos corpos - 
na ancestral voz que me estremece o olhar
e o que escrevo sai desta fogueira de tempo
como grinalda ardida consumindo-me por dentro
... até à origem
e os poemas nascem-me
de sangue e carne… de saudade e alma
ardentes... desarrumados 

Camila Carreira

COMO O CHATGPT ANALISA A POESIA 

Este poema de Camila Carreira é uma poderosa meditação sobre a solidão, o desamor e a complexidade das emoções humanas. Vamos analisar os principais temas, imagens e emoções presentes:

Temas Principais

  1. Solidão e Desamparo: O poema começa com a declaração de "Transborda solidão aqui longe de ti," estabelecendo imediatamente o sentimento de ausência e a dor da separação. A solidão é descrita de forma intensa e dramática, o que sugere que a falta do outro é uma experiência profunda e angustiante.

  2. Desespero e Indiferença: O "desabrigo que ninguém quer sentir" e o "soalho de desânimo" transmitem a ideia de um espaço emocional e físico que se torna hostil na ausência do ser amado. A indolência é evocada como um estado de passividade, onde o eu lírico se entrega à dor e à tristeza.

  3. Amor e Desamor: A referência a "beijos de Judas" sugere traição e desilusão, indicando que o amor pode também trazer dor. O "fogo oscilante" implica uma luta interna entre o desejo de amar e o medo da dor que isso pode acarretar.

  4. Memória e Passado: O eu lírico reflete sobre as "curtas travessias" do tempo e como estas deixam marcas duradouras. O "ciclone" simboliza as forças emocionais que vêm do passado, intensificando a sensação de turbulência e instabilidade emocional.

  5. Criação e Sofrimento: A ideia de que os "poemas nascem-me de sangue e carne… de saudade e alma" sugere que a arte e a expressão poética emergem da dor e da experiência humana. A criação literária é vista como uma forma de lidar com o sofrimento e a solidão.

Poema de paixão. Trespasso-te no silêncio com amor e gestos ( Análise de Sophia de Mello Breyner Andresen)

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Deito-me no soalho extremo da paixão
semi despida de barulho 
E semeias sorrisos em mim toda
quero declamar-te versos límpidos- 
esse barro que dá forma ao sentir
e molda filosofias em verbos

Trespasso o silêncio com amor e gestos
Com onomatopeias de fogo na espada
é devastadora a palavra gemida 
Ofuscante a dança que nos une
A luz vem de dentro - o brilho vem de nós
Os humores da carne gravam-se
como líquenes no lado sombrio da oliveira -
brotos brotando da pele da alma 
raízes profundas afiladas, prendem-nos 
e quando nossos olhos se atravessam - 
o espanto aquieta-se com aroma a paz
Pensamentos fluem na mesma cláusula -
silêncios talhados na nossa cumplicidade. 
Juntos na harmonia dos bandos

Camila Carreira

Análise do Poema pela inteligência artificial AI
Este poema de Camila Carreira explora a intensidade da paixão e da conexão entre o eu lírico e o outro, sugerindo uma fusão emocional e física que ultrapassa as barreiras do silêncio e da linguagem. O poema começa com o eu lírico a deitar-se “no soalho extremo da paixão”, uma imagem que traz uma sensação de entrega total e vulnerabilidade. Estar “semi despida de barulho” representa uma entrega íntima e silenciosa, onde as palavras e o ruído externos se desfazem, permitindo que a conexão autêntica aconteça.

A imagem de “semeias sorrisos em mim toda” invoca um crescimento de sentimentos positivos que emergem do outro, como se o eu lírico fosse um solo fértil onde a alegria e o afeto florescem. A metáfora do “barro” evoca a ideia de que o sentimento é algo maleável, que pode ser moldado, criando “versos límpidos” e dando forma às emoções. A ideia de “moldar filosofias em verbos” sugere uma conexão com significados profundos e valores que vão além do físico, sublinhando a busca por algo verdadeiro e eterno. 

Poema de amor. Se eu fosse lua no sossego da tua boca. (análise do poema de Luís de Camões)

Na noite que é espessa –  acendes vogais em palavras que escrevo  Lê-me...

Solidão que ousa 
fogo que queima o oxigénio à razão
desperta todas as coisas que adiei
e das memórias convulsas derramo arrependimento
quis viver tudo sem perdão
 foi fútil toda a ambição -
toda a aflição do tempo encriptado-
toda a pieguice do vazio passado
... e como é veloz a vida... insaciável 
nem se matam todas as fomes
foi noite espessa, foi estéril 
casto espanto me cercava ilegível
ascendi para infinitos inexplicáveis
obstinados temores onde fui rebeldia
sinto a antiguidade como baú lacrado
em mim cravado

Nas ruas vagas e lívidas –
tento acender vogais nas palavras que escrevo
alvas linhas que traçam destinos fechados 
irremediáveis  
tanta vida a apagar-se em vazio torpe 
Obsceno esmorecer de sufoco e cansaço
Tanto peso e abdicação na candeia consumida
Mas fora eu única e lua no sossego da tua boca
E tudo ficaria vivo e desperto até às horas mais tardias

Neste quase nada que é tanto, o instante 
é vinho e poema-  a palavra é parca
o silêncio clama 
vida é lampejo tão à beira do abismo
tanto mar e tão poucas correntes me levaram
presa nas ondas extremosas do amor
no cais à proa onde a âncora é dor 
ancorada remetida... sem poder partir 

Camila Carreira

ANÁLISE DO POEMA PELA INTELIGENCIA ARTIFICIAL AI

Este poema explora a dor e a complexidade da solidão e da busca por sentido diante da vida, capturando tanto a angústia como a intensidade dos sentimentos do eu lírico. Ele abre com um confronto direto com a solidão, descrita como um fogo que “queima o oxigénio à razão”, uma imagem que transmite a ideia de uma força avassaladora e descontrolada que compromete a clareza mental. As memórias adormecidas despertam junto ao arrependimento, levando o eu lírico a revisitar ambições e desejos fúteis que se tornaram infrutíferos.

A reflexão sobre o tempo enfatiza a efemeridade e o vazio sentido, numa vida onde “nem se matam todas as fomes”, sugerindo uma insaciabilidade emocional. Essa noite de vida estéril e densa é marcada por uma existência “ilegível”, que o eu lírico descreve como se ascendesse a “infinitos inexplicáveis”, lugares de temor e de rebeldia, como se buscasse sentido em experiências passadas que permanecem enigmáticas.

No segundo verso, as “ruas vagas e lívidas” sugerem a paisagem de uma mente ou de uma cidade desolada, onde o eu lírico busca nas palavras um refúgio. Ele “acende vogais nas palavras que escreve”, uma metáfora que representa o desejo de iluminar os sentimentos, de dar vida e sentido ao que viveu. As “linhas alvas” são descritas como “destinos fechados”, indicando que as escolhas e as experiências da vida podem já estar marcadas e irreversíveis, contribuindo para o sentimento de resignação e de perda.

Poema de paixão e erotismo. Gemido rente ao silêncio. - (Os 20 melhores poemas de Florbela Espanca, análise.)

poemas de amor e erotismo, poesia portuguesa, poemas originais, fernando pessoaVoo no tempo com leveza e delírios  
como sombra a latejar a imponderável vida
sou somente vereda, desses domínios - 
Nas sendas que me vão levando de ti
No tropel dos dias emboscando a saudade
Sobrevoas-me o pensamento a todo o instante
e cubro a dor na intimidade das pálpebras cerradas
no limiar dos meus olhos 
desenha-se o sonho de ti em êxtase 
sagramos o momento sem profanar o intimo
em orgasmos que se perfilam puros de tão imensos 
... de tão intensos 
sucumbo no gemido, rente ao silêncio

e no fim... 
a madrugada nos confins onde te diluis
Calo-me a murmurar gritos em poemas
presa a voz demorando-se no desaire da saudade
Como a arte de ser furacão dentro de páginas
Ou ser onda das que galgam o mar
Ser mãos inquietas segurando o cálice cheio de luar
Pujança e ansia tão à beira de nada 

Morre-me o drama... 
e da fronte, a frente e a vontade de ir
e nas minhas mãos, só as tuas mãos
são tudo que quero e de que disponho

Camila Carreira 


Os 20 melhores poemas de Florbela Espanca, breve análise. 

A poetisa Florbela Espanca (1894-1930) é dos maiores nomes da literatura portuguesa.