Poema motivacional Tempestade em mim

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Tardes amenas vivendo minha a tua mão
Momentos longos, azul no céu, reflexão
Brisas verdes enchem o ar de melodias
Folhas ao vento ripadas, pairam vadias

O som luminoso do teu sorrir é meu abrigo
Refúgio casto do vil passado meu castigo
Tardes amenas emoções vagas e sem fim
Preciso ter o doce pecado que és em mim

         **** Camila Carreira***


Momentos de cultura e curiosidades poéticas... 



Fernando Pessoa também a propósito das tempestades e das tormentas... 


Às vezes entre a tormenta,
quando já umedeceu,
raia uma nesga no céu,
com que a alma se alimenta.

E às vezes entre o torpor
que não é tormenta da alma,
raia uma espécie de calma
que não conhece o langor.

E, quer num quer noutro caso,
como o mal feito está feito,
restam os versos que deito,
vinho no copo do acaso.

Porque verdadeiramente
sentir é tão complicado
que só andando enganado
é que se crê que se sente.

Sofremos? Os versos pecam.
Mentimos? Os versos falham.
E tudo é chuvas que orvalham
folhas caídas que secam.
Fernando Pessoa, in 'Cancioneiro'
OBRA ÉDITA ·Bernardo Soares


Três dias seguidos de calor sem calma, tempestade latente...

L. do D.
Três dias seguidos de calor sem calma, tempestade latente no mal-estar da quietude de tudo, vieram trazer, porque a tempestade se escoasse para outro ponto, um leve fresco morno e grato à superfície lúcida das coisas. Assim às vezes, neste decurso da vida, a alma, que sofreu porque a vida lhe pesou, sente subitamente um alívio, sem que se desse nela o que o explicasse.

Concebo que sejamos climas, sobre que pairam ameaças de tormenta, noutro ponto realizadas.
A imensidade vazia das coisas, o grande esquecimento que há no céu e na terra...
s.d. - Livro do Desassossego por Bernardo Soares. Vol.I. Fernando Pessoa. (Recolha e transcrição dos textos de Maria Aliete Galhoz e Teresa Sobral Cunha. Prefácio e Organização de Jacinto do Prado Coelho.) Lisboa: Ática, 1982. - 51.
"Fase confessional", segundo António Quadros (org.) in Livro do Desassossego, por Bernardo Soares, Vol II. Fernando Pessoa. Mem Martins: Europa-América, 1986.

1 comentário:

  1. Pecado sem-fim é isso/isto sim: desistir de apreciar/respeitar/amar outrem/”outrem’s” porque a nossa essência fora outrora mui mal manuseada por gente ruim.

    Enquanto tu puderes (ser humano portador de altura interior = criador/criadora de poesia + prosa + filosofia natas produtoras naturais de apreço; respeito e amor entre seres pensantes): sê abrigo; porto e refúgio para todo aquele e para toda aquela que de dentro para fora queira nascer de novo e/ou renascer e/ou reaparecer para o fidalgo/nobre/real escudo -[das cinco quinas vezes cinco mais cinco = 30 = mente + coração + alma = trindade interior imaginada; criada e doada pelo nosso advogado apaziguador/consolador/salvador espírito que anda benfeitor = 101/AOA\101]- da bonança dos pensamentos; dos sentimentos e das aspirações = arco-íris da inolvidável certeza: outrora longínquo oásis efémero de nome esperança.

    Porque também assim eu sou (conselho daquele que por entre várias tempestades e tormentas já mergulhou; nadou; navegou; andou; voou e quando nada o parecia prever: triunfou):

    Desafogado é aquele e desembaraçada é aquela que em si consegue, dos cacos provocados pela tempestade e/ou provocados pela tormenta do desapreço/desrespeito/desamor, fazer renascer para o apreço/respeito/amor vindoiro/vindouro um novo enraizado e/ou fortificado e/ou ramificado trampolim!

    Comentário inspirado no poeta/escritor/filósofo sito no seguinte website:

    www.miltoncoelho.weebly.com

    Para si (senhora poetisa Camila Carreira); para os seus leitores + para as suas leitoras:

    Bem haja/hajam!

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