Poesía da papoila indomável
Renego ser ornato tinto de fútil jardimOu cato pálido ermo em estéril deserto
Quero ser tudo que sou e sei de mim
Descobrir que sentidos ébrios desperto
Serei talvez papoila ondulante e franzina
Que ostentando minha cor forte e arrojada
Inflama ímpia o silêncio verde da colina
Como grito vermelho de besta instigada
Colina será eterno jardim de ninguém
Papoila agreste, efêmera e libertária
Capturada no jardim fútil de alguém
Definhará abnegada prisioneira solitária
****Camila Carreira****
Momentos de cultura e curiosidades poéticas...
Azuis os montes que estão longe param.
De eles a mim o vário campo ao vento, à brisa,
Ou verde ou amarelo ou variegado,
Ondula incertamente.
Débil como uma haste de papoila
Me suporta o momento. Nada quero.
Que pesa o escrúpulo do pensamento
Na balança da vida?
Como os campos, e vário, e como eles,
Exterior a mim, me entrego, filho
Ignorado do Caos e da Noite
Às férias em que existo.
31-3-1932 - Odes de Ricardo Reis . Fernando Pessoa. (Notas de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1946 (imp.1994). - 141.
De eles a mim o vário campo ao vento, à brisa,
Ou verde ou amarelo ou variegado,
Ondula incertamente.
Débil como uma haste de papoila
Me suporta o momento. Nada quero.
Que pesa o escrúpulo do pensamento
Na balança da vida?
Como os campos, e vário, e como eles,
Exterior a mim, me entrego, filho
Ignorado do Caos e da Noite
Às férias em que existo.
31-3-1932 - Odes de Ricardo Reis . Fernando Pessoa. (Notas de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1946 (imp.1994). - 141.
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